domingo, fevereiro 20, 2005

Vou contar uma coisa que pra mim foi realmente traumática.
Estava eu, domingo a tarde, blogando tranquilamente, quando olho para fora do escritório e vejo várias pombas, deveriam ser umas três, placidamente pousadas sobre o murinho da escada.
Fiquei desesperada porque ODEIO pombas e pensei que pudesse estar ocorrendo alguma frente de invasão por parte das mesmas.
Comecei então a gritar por socorro para minha tia que mora aqui atrás. Como sou pessoa infinitamente ingênua, tive esperanças de que pudesse obter ajuda de outrém mas, mais uma vez, a compaixão alheia negou-se a mim.
Pois voltemos aos fatos. Tentei espantar as pombas com gritos e menções à minha falta de amor por elas mas tudo o que consegui foi que elas voassem por todos os lados, adentrando os nossos quartos e pousando em meus tão queridos livros e demais etceteras.
Minha tia então veio ver o que ocorria e me sugeriu subir o vidro da janela do escritório. Ao realizar tal tarefa, entremeada por muitas vociferações, uma delas, em crise histérica, grudou nos meus cabelos o que me fez imediatamente 1) soltar a janela, 2) gritar ainda mais e 3) começar a chorar.
Fiquei abaladíssima, de repente senti-me num remake dOs Pássaros, de Hitchcock, com aquele parasita alado batendo suas asas piolhentas por sobre minhas madeixas.
O auxílio que obtive de minha parenta co-sanguínea foi a título de maior humilhação: ela pediu-me para parar porque estava fazendo xixi nas calças de tanto rir ao que, prostrada, lancei-me ao colchão que me faz as vezes de cama a fim de derramar meu pranto.
As pombas saíram mas passei o resto do dia sentindo que centenas de piolhos passeavam seus germes em mim...

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Estou de luto dos meus sonhos.
Peço licença aos amigos: preciso morrer um pouco pra depois poder nascer de novo.

And

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Impressões sobre a Av. Paulista e imediações

- Quase nunca vejo crianças. Talvez umas três por semana, quando muito. Aqui só tem gente grande, parece;
- Há poucos mendigos pelas ruas; mês passado vi dois dormindo na rua com travesseiros. Sei que a Giovana vai me xingar por isso mas morri de inveja (tanto sono eu tenho...). Tem um que vi duas vezes e que anda com uma gaveta com os seus pertences, incluindo um cobertor. Tem outro que fica na esquina da Maceió com uma placa dizendo que é artista e escreve livros e revistas, pedindo uma ajuda (é uma idéia...). E hoje vi outro que relatarei abaixo;
- NUNCA, mas nunca mesmo, vi um bicho sequer solto na rua. Minha amiga disse que a carrocinha deve passar recolhendo os corpos antes de eu chegar (que maldade). Há apenas alguns donos, mas bem poucos, com cães cheirosos e encoleirados de pet shop. Hoje vi um com um mendigo. Ele estava amarrado com uma corda, sim, uma corda, cheia de nós. Talvez seu nome seja Tiradentes, não sei...
- Não há nenhuma praça onde eu possa me sentar e ler algo tranqüilamente. Pra baixo do final da Angélica há uma rua que faz um balão e tem árvores. Fui passear lá hoje por hora do almoço para arejar minhas confusas idéias e creio ter podido sentir cheiro de frutas.
- Em resumo: por aqui só há prédios, carros, buzinas, fumaça e pessoas apressadas. Muito, muito deprimente para uma pobre poetisa que tanto ama o vento...

sábado, fevereiro 05, 2005

Eu poderia ter morrido.

O Juá, meu namorado, pediu pra eu desligar a caixa de força pra ele poder mexer nuns troços lá em casa. Quando fui ligar de novo, tomei um choque. Na verdade, dois choques. Dois não, três. O primeiro foi o elétrico. O segundo foi quando olhei pra minha mão e vi que ela estava preta. Fiquei tão nervosa, sabem, saí gritando: “Jú, Jú, minha mão tá preta!!!”Assim, depois que olhei direito, vi que só era sujeira, mas e o susto? Uma pessoa não tem mais o direito de se confundir?Acho que era absolutamente plausível que tivesse acontecido pois, todo o mundo sabe que choque preteja, a gente aprende isso desde cedo nos desenhos animados.Daí foi que veio o terceiro choque: meu namorado ficou me tirando, repetindo “Jú, Jú”, com voz de bobeira. Não obtive o apoio dele após um momento de tamanha sofreguidão.Claro que fico um pouco mais tranqüilizada sabendo que era apenas sujeira, mas poderia não ser.Poderia não ser e ninguém iria me consolar...

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

OS GRANDILOQUENTES TAMBÉM AMAM

OS GRANDILOQÜENTES TAMBÉM AMAM
Uma novela de Andréa Muroni e Júlio Castro
Participação especial Marpessa de Castro


No capítulo anterior, Pablo Roberto Caztrió, plantava a semente da discórdia entre as amigas Carmelita Augusta Muroñi e Soraya Guadalupe de Castrón, após Carmelita, num momento de imensa sofreguidão, abrir seu corazón sobre os ciúmes que Soraya, sua amiga quase de infância, andava sentindo.

Pablo Roberto: - Ola amiga Soraya Guadalupe.

Soraya Guadalupe: Ola!

Pablo Roberto: Estive yo a solicitar las ilustres divagações de nossa comum amiga Carmelita Augusta, claro que muy mais sua do que mia, sobre seu ilustre passeio à Bienal de Arte de Guadalajara, quando percebemos que ambos estivemos lá e não vimos nem a metade del negócio!! Grandiloqëntes que somos, exclamamos (crea-me) simultaneamente:- Podemos volver lá qualquer dia desses!!! E pensamos, também simultaneamente (si, eu tengo certeza que pensamos juntos, pena que nosotros não exclamamos para provar):
- A Soraya Guadalupe de Castrón é peça fundamental para tal aventura culturale!!!Sério, acredite!!Portanto, fica el convite! Seria una excelente oportunidade para nos conocermos mejor...Además, fui promovido a Personal-Maniac e así fica a situación mais segura para todos!!!Combinem los detalhes e não fique brava. Yo sempre preferi usted à ela. Você ao menos nunca me passou ninguno trote.(E que isso fique entendido apenas entre nós.)E posso jurar de pé junto que ela nada comentou sobre sua suposta crise de ciúmes!! Palabra!Adyós Soraya Guadalupe de Castrón.

Soraya Guadalupe: Adiós, Pablo Roberto Caztrió

Só que o que Pablo Roberto Caztrió não imaginava, era que Carmelita Augusta Muroñi ouvira toda a sua conversa com Soraya Guadalupe de Castrón. Carmelita surge, por detrás de uma porta, os olhos rasos d´água, as mãos trêmulas, de ombreiras...

Carmelita Augusta: E sempre preferi usted à ela. ????????? E que isso fique entendido apenas entre nosotros ???????????? Faça uno favor, pode me esquecer para todo el siempre.

Pablo Roberto: Oras... seria essa a nossa primeira briga?? Esto tudo es apenas passarinho jornalístico, como diria Mário Prata. Precisamos de unos barulhos de pratos... Algumas ovações lançadas ao arrependimento!!

Carmelita Augusta: Em primeiro lugar, essa no é la nossa primeira briga já que não haverá una segunda. Em segundo lugar, se vossa senhoria quer graça, vá ao circo ou assista ao Chaves, já que es tão fã de la teledramaturgia mexicana. Em terceiro e último lugar, se vossa intenção era me provocar, fique sabendo que el objetivo no foi atingido com sucesso. Não pense que yo esperava algo diferente de uno... maníacozinho.Tengo a dizer que, se tencionava gerar algum tipo de atrito entre Soraya Guadalupe e yo, su tiro saiu pela culatra. Ella, conforme bem sabe, já foi alertada quanto a la torpez de vossa pessoa. Ambas, juntas, já sobrevivemos a la universidade, ressacas, ciúmes e maridos imbeciles. Não es um reles... usted, que irá abalar tão bela, respeitosa y duradoura amistad.No tengo mais absolutamente nada a dizer à vossa vil, sórdida, imoral y indecorosa pessoa. Passe bién Pablo Roberto Caztrió.

Pablo Roberto: No, no, escuta-me. Já que es pra numerar, vambora: Em quarto lugar, yo não soy um 'maniacozinho'. Quantas certezas y quantas verdades verborrajadas nessa información!! O que lhe leva a afirmar tão grave acusação?! Grandiloqüente que soy não admito tal expressão. Maniacozinho, no!!! 'Personal Maniac’ Em quinto lugar... yo nunca intensionei ninguno atrito entre usted e Soraya Guadalupe de Castrón, esta tão tão nobre escritora com um sobrenombre mais nobre ainda! Quem vive lançando-a à berlinda, se no me falha la memória es la senhorita!!!

Carmelita Augusta: Oh!

Pablo Roberto: Si. E más nobre ainda tornou-se agora tal pessoa por ter sobrevivido a universidades, ressacas, ciúmes e maridos imbeciles ao lado de la senhora. No haverá no mundo dengue hemorrágica que a derrube depois dessa!!! Vai para lo céu, a Soraya, sentará ao lado de deus e ainda lhe serão pedidas desculpas por uno coro de anjos regido por nuestra senhora...

Carmelita Augusta: Como ousas?

Pablo Roberto: Cala-te!

Carmelita Augusta arregala os olhos e se encolhe de pavor.

Pablo Roberto: Em sexto lugar, detesto Chaves. No suporto o Chapollim. Prefiro las obras del underground mexicano. Una cosa mais retrô: sou fã de Chispita e colecionar de fotos de los actores de 'Os Ricos Também Choram', além de acompanhar por onde andam todas aquellas meigas criancinhas de lo 'Carrossel'. Por favor, atualize-se, Carmelita Muroñi.E em sétimo e último lugar: vou deixar de ser seu maníaco e me tornar maníaco de la Fabrícia: aquela educada e simpática moça que atende el teléfono todas las vezes que tento falar contigo!!!!! Humpf.

Carmelita Augusta: Oh, no.

Enquanto Pablo Roberto dá as costas para Carmelita Augusta, que queda-se em pranto e sofreguidão, Soraya Guadalupe ri atrás da outra porta.

Soraya Guadalupe: hehehehe Las cosas estão fervendo! Yo até já fui canonizada. hahahahaah!!!!!!Se bem que yo merecia, mesmo, o reconhecimento del Papa. Especialmente por me relacionar tão bién com pessoas estranhas como estos dos. HÁ, HÁ, HÁ, HÁ, HÁ!!!!! Mal posso controlar mi esôfago, de tanto rir.

O que acontecerá agora? Será que Pablo Roberto realmente queria destruir a amizade de Carmelita Augusta e Soraya Guadalupe? Será que Soraya Guadalupe é amiga de Carmelita Augusta, pobrezinha, de verdade? Não percam a resposta para essas perguntas e o espetacular desfecho desta intrigante história de amor e de amizade no próximo post.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Vida Ferroviária

Hoje não pude me conter e comprei o “Mini Kit Vodu” com 26 agulhas e um passador de linha. Pra dizer a verdade, ainda não sei o que farei com ele porque, apesar de prendada, não costumo costurar muitas coisas.
Mas é legal, tem até uma agulha redonda.
Fiquei pensando no que é que se pode fazer com ela mas essa é uma consideração que acho que é melhor que eu guarde comigo mesma...
Não sei o que acontece entre mim e o tempo: quanto mais cedo eu saio, mais atrasada eu chego...
Aí fica aquela sangria: pega trem, pega outro, pega metrô, desce, sobe, desce, sobe, desce, Andreinha esbaforia, toc toc toc, deixando vários centímetros do salto pela Av. Paulista, toc toc toc.
Ave-Maria,. Assim a pessoa se estressa!

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Estarei eu com mania de perseguição?
Em uma semana: cortaram minha luz; o registro do chuveiro começou a vazar, fui fechar com força, toda nervosinha e dei uma volta de 720º: a torneira espanou e a resistência queimou; minha impressora não estava imprimindo, abri a tampa e algo parecido com uma pecinha importante saiu rolando; meu computador está com Mal de Alzheimer; meu gás acabou, o cifão da minha pia furou, tropecei e arranquei metade da sola da minha bota num dia de chuva enquanto ia trabalhar. Ah, também deu fungo na minha lente de contato.
Será que isso é normal?