quarta-feira, maio 25, 2005

Madrugada chuva torrencial dois dedos do conhaque usado para fazer o jantar o último cigarro sendo mesquinhamente guardado para a hora em que as lagrimas de dor raiva indignação teimarem em afrontar minha auto-suficiência Radiohead esta necrose foi causada pelo consumo do tabaco escuridão a chuva de hoje não tem cheiro o coração de hoje não tem esperança e os olhos que nunca têm sono atravessam o ipê os fios as janelas os prédios escorrem na própria chuva Exit Music (for a film) mas o filme não se acaba e os atores choram a falta de imaginação do roteirista e repetem as mesmas cenas cada um a um tempo e a tristeza parece não cessar como a chuva "breathe keep breathing" Tom York e chuva e ainda a escuridão e o vazio de não ter "I cant do this alone" o que poderia ter tido a fumaça do último cigarro se esvai pela janela com um rosto pálido triste e anônimo pelo filtro sem esperanças "today we escape"

terça-feira, maio 24, 2005

15h52, acabo de dar três garfadas numa comida fria e insossa. Tudo em mim é frio e insosso...
Minha sorte do dia no Orkut fala maravilhas sobre a minha velhice. Não quero pensar sobre a minha velhice, não quero pensar no que virá. Não me venham falar sobre o depois. Não me peçam paciência.
O que eu quero, eu quero aqui e quero AGORA!

Ah, e antes que eu me esqueça: PAU NO CU DO DIA DE AMANHA!!!!
QUEM ME DIRA?
(Vander Lee)

Para aonde vai uma canção
Depois do acorde final?
Será que se vai,
Que se esvai?
Ou por onde entra, sai?
Onde vai dar um grande amor
Depois do desatar dos nós?
Será que é cinema, poema,
Ou só o fim do retrós?
Qual é o tempo da alegria,
se não for toda manhã?
Homem livre, céu risonho,
Cheiro doce, boca de romã?
Será fantasia, ideologia
Ou filosofia vã?
O que foi feito do meu eu
Depois que o seu me acometeu?
Heterogêneos, misturamos,
Veja só no que é que deu
Quem organiza essa bagunça
Dentro do meu coração…
Que agoniza e não entende
Uma mudança de estação
Pedaço de vida, sou massa falida,
Sou vaso sem flor
Me sopra uma brisa, me pega,
Me toca, me pisa sem dor.
Para aonde vai uma canção
Depois do acorde final?"
CURUMIM
(Djavan)

"O que era flor eu já catei pra dar
Até meus lápis de cor eu já dei
G.I.Joe já dei
O que se pensar eu já dei
minhas conchas do mar

Ah! minha flor
chega de maltratar
O que mais pode agradar a você?
Eu já fiz tudo
cadê que adiantou?
Que louco que é o amor
Tem graça viver?
Quando ele fica de mal
não quer brincar"

sexta-feira, maio 20, 2005

Arco da Velha. Andréa e Arthur relembram suas peripécias da noite anterior na boite gay.

Arthur: Quem era aquela mulher que estava dançando no tambor?

Andréa: Que mulher? Aquela magrinha?

Arthur: É.

Andréa: Aquela que você ficou desabotoando a blusa?

Arthur: (...) ??? Eu desabotoei a blusa dela?

Andréa: rs. Tava ajudando enquanto ela dançava com a gordinha. Não se lembra?

Arthur: (com a cabeça entre as mãos) Não.

Andréa: rs

Arthur: Quem era?

Andréa: A que levou a gente de carro?

Arthur: É.

Andréa: (espantada) Não era sua amiga?

Arthur: (enfático) Não.

Andréa: Pensei que você conhecesse...

Arthur: Não. Você não conhecia?

Andréa: Não. Nunca vi mais fraca de feição...

Vinte segundos de silêncio...

Arthur: Como que a gente foi parar no carro dela?

Andréa: Sei lá. Tudo que me lembro foi que a gente saiu, parou ao lado do carro, começou a conversar e a hora que ela saiu, a gente foi junto.

Arthur: Você não conhecia?

Andréa: Não, pensei que você conhecesse...

Mais alguns segundos de reavivamento de memória.

Andréa: E você ainda foi no banco da frente com ela, rolando a maior idéia.

Arthur: Puta, fui mesmo rs.

Giovana: Gente, na boa, fala a verdade, o que vocês andam tomando?.

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Mesmo dia, algumas horas depois:

Andréa socorre no banheiro a amiga que não consegue vomitar. A fim de resguardar a sua identidade, chamaremos-na de Sra G.
Sra G está debruçada sobre o vaso sanitário. Andréa, debruçada por cima, em seu momento Raposa Matreira, ampara a cabeça (pesada, mui pesada) da Sra G com o braço direito, com a mão do mesmo braço segura a tampa da privada e com a mão esquerda segura os seus cabelos.
Quando começa a tocar Doors...

Andréa: Vomita, vamos.

Sra G: Peeople aare straaannge....

Andréa: Vamos, você consegue.

Sra G: Wheen you are a straaangeeer.....

Andrea: Vomita que você melhora.

Sra G: Youu know the daayyyy

Andréa: Não. Se concentra no vômito...

Sra G: Break on throughhhhhhhhhhh

Andréa: Meu, esquece a música, vá.

Sra G: to the other siiiiideeeeeeeee

Andréa: Pense assim: Jim chapou muitas vezes, e ele sempre vomitava pra ficar bem

Sra G: try to rruun, try to riiide.

Andrea: Para de cantar e vomita, filha-da-puta.