sexta-feira, setembro 30, 2005

Foi só o tempo que errou....

quinta-feira, setembro 29, 2005

AA

(Pelo menos a flor é bem bonitinha...)


Jú, voltando de Londrina onde foi ministrar um curso, trouxe-me diversos presentes. Dentre os souvenires, constava uma garrafa de cachaça de sucupira.
Tendo provado da mesma, e desprovida de meu Aurélio que, provavelmente deve estar pelintrando em algum lugar da casa, desenvolvi a seguinte teoria: sucupira = ramificação arbórea cuja maceração das sementes dá origem a bebida semelhante em sabor e qualidade ao suco gástrico, muito indicada a quem está parando de beber já que, ao tomar um gole, o individuo tem a nítida impressão de estar “gorfando”.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Em homenagem a meus amigos mal-do-século

CADU DISSERTA SOBRE BASTÕES HEMOSTÁTICOS que servem para estancar o sangue quando alguém se corta com gilete

Em geral, quando a gilete risca o pescoço ou o pulso, as pessoas costumam estancar o sangue depositando um metro e meio de terra sobre o cidadão.

terça-feira, setembro 27, 2005

Desconfio que tenho problemas.
Quem me conhece bem sabe que não gosto de doces, exceto por pudim de leite e torta de limão.
Mas hoje, após buscar Marcelo, o Grande no colégio, fui as compras e eis-me sem comer nenhum pastel, sem tomar qualquer coca-cola, nem cerveja, muito menos sem o fremente desejo de comprar três pizzas meio-a-meio.
Ao invés disso, retornei para casa portando uma goiabada, duas trufas e dezoito pés-de-moleque, dos quais não restou nenhuma unha sequer para contar história.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Sim, sim, eu confesso. Podem guardar os instrumentos de tortura que eu confesso: eu roubei meu próprio filho. Acabei de fazê-lo e como o remorso corrói os brios que ainda me restam, vim aqui confessar meu pequeno delito. Roubei um doce da sacolinha de aniversário do Marcelo. Também não foi nenhum Sensação ou algo que o valha. Foi, antes, um parco tabletinho de quebra-queixo, desses bem chulos que são vendidos a 10 centavos no trem e que têm gosto de sabão e nenhum vestígio de coco. Mas é que a tpm me enlouqueceu na busca por glicose e foi o que se me apresentou.
Mas também não sou uma mãe assim tão má. Como bem pode atestar Giovana, tirei Psycho do convívio dos outros brinquedos por ter a quase certeza de que ele pratica sevíceas contra os mesmos, principalmente com o Max Steel (e que isso fique só aqui entre nós, já que não pretendo, com este relato, comprometer a hombridade de tão másculo brinquedo). Psycho encontra-se, neste momento, recluso no meu revisteiro já que muito me interessa a integridade física dos brinquedos de meu filho.
Não que isso me redima do ato ilícito, mas....

sexta-feira, setembro 16, 2005

Lição de Casa

Táxi. Chuva.
Marcelo, Andréa, Giovana e Arthur conversam distraidamente, entretendo o motorista:

Marcelo: - Mãe, você devolveu o bilhete pra escola?

Andréa: - Biléti?

Marcelo: - Pára, mãe. Bilhete.

Andréa: - Biléti!!!! (risos à beira do descontrole)

Arthur: - O que é um biléti?

Giovana: - Devolve o biléti!! Devolve o biléti!!

Marcelo: Pára com isso, mãe.

Arthur: - Mas o que é um biléti?

Andréa: - Ele deve estar confundindo a lição do "b" e do "g" (aqui houve uma breve e incoerente explanação sobre alfabetização, vogais e consoantes, impossível de ser reproduzida). Fica frio, filho. Amanhã mando um prestobarba pra sua professora.

quinta-feira, setembro 08, 2005

A tarde


Estava num posto de saúde.
Uma velha senhora com os cabelos quase totalmente brancos, contrastando com o negro da pele cansada. Mas não era a cor de seus cabelos que chamava a atenção mas, antes, os claros sinais de que haviam permanecido com bobes por muito tempo. É provável que a noite tenha sido de desconforto; por causa deles e da ansiedade, talvez mal tenha podido conciliar o sono. Mas o sacrifício valera a pena. Agora seu cabelo estava muito arrumado, grandes cachos crisalhos enrolados para dentro.
Toda sua pessoa denotava um esmero para aquela situação: as correntes douradas, a roupa correta, a velha bolsa de alças puídas. Seu ser exalava uma dignidade difícil de se encontrar. Dignidade de gente simples, de uma vida sem grandes arroubos. Aquela dignidade de quem passa pela vida com muita dificuldade, nunca se deixando seduzir pelos sustos.
Um sorriso muito claro nos lábios já frouxos.
Havia tanta sabedoria naqueles lábios e cachos de bobes, tamanha falta de complicação em arrumar-se tanto e deveras para se consultar num posto de saúde de bairro, tão anônima que mal seria notada não fosse pela grandeza. Uma vida de plácidos acontecimentos.
Foi chamada pela médica e saiu do consultório com as mãos cheias de papéis, o rosto cansado demonstrando emoção diante de tantos acontecimentos que estariam por acontecer. Contou, rapidamente, para a visinha da sala de espera que deveria fazer vários exames. Depois, contou tudo novamente para a recepcionista distraída, mostrou-lhe os papéis. De certo não era nada grave, apenas rotina, já que transparecia em sua fisionomia uma certa alegria, como que um orgulho até. Estivera certa em se arrumar tanto; agora, era merecedora de toda atenção do médico, ele até a estava indicando a outros. Deveria ter se comportado muito bem, ter sido uma boa paciente.Era um ser de cuja vida, outros deveriam se ocupar.
Despediu-se tão sorridente, atarefada e simples, que encheu a tarde do mundo de ternura.

quarta-feira, setembro 07, 2005

O pior me aconteceu: no último final de semana minha adorável residência foi invadida por dezenas de centenas de baratas.
Como a remoção de corpos ainda não se deu de maneira efetiva, não posso informar com precisão a quantidade de nojeiras que atacaram minha vida divertida, mas os números não oficiais são: três na sala e duas na cozinha, todas aladas e garbosas.
Agradeço as manifestações de apoio e carinho que tenho recebido, principalmente à minha amiga Gi, que muito me apoiou na escada, vassoura em punho, quando da invasão baratística.