quinta-feira, novembro 04, 2004

Genealogia

Marcelo, meu filho, estava montando quebra-cabeças na internet por esses dias de noite e me convidou pra montar um. Nem bem comecei já me veio com "faz assim, faz assado". Dispensei a ajuda mas ele insistiu mais uma vez : "se eu fosse você...". Novamente comuniquei a ele que seria muito da capaz de realizar a tarefa sozinha quando do que ele, conformado, promete não dar mais palpites. Usando de toda minha capacidade intelectual, montei o tal quebra-cabeças de umas 12 peças virtuais. Ao acabar, tenho de ouví-lo com a maior cara de pouco caso do mundo, muito do superior, mal voltando a cabeça para mim, no desprezo mesmo: "Nossa, tô impressionado". Como posso ser tão subestimada? E ainda pelo meu próprio filho, sangue do meu sangue, saído da minha barriga? Onde vai parar o mundo desse jeito? O cara fica nove meses morando dentro de mim e, depois que sai, acha que pode ficar me tirando. Poder, assim, pode, vou fazer o que também? Mas não deveria, é isso, não deveria.
Pior de tudo é que ele falou comigo no mesmo tom, com a mesma cara que a Map, minha melhor amiga imaginária (a tal que me entitulou de cronópia), falou comigo por tantas vezes no decorrer dos anos. Se ela não tivesse se mudado pra casa da caralha, diria que é a convivência, mas não. Só se foi por osmose. Acho que me arrependi por tê-la deixado ser madrinha do meu pobre bebê. Coitadinho.

Um comentário:

Mapie disse...

ah, ainda bem que há uma referência à minha ilustre pessoa neste blog! tudo bem que não tão edificante quanto eu mereço, porém, antes uma ignomínia do que nada.
bjs